sábado, 22 de janeiro de 2011

Viver do Passado



Certo dia, eu ouvi alguém dizer a seguinte frase: “Quem Vive de Passado é Museu”, e que deveríamos, apenas olhar para frente, nunca para traz.
Não sei de quem é a autoria, mas, discordo em gênero, número e grau, pois quem a inventou, esqueceu-se de um pequeno detalhe: o nosso passado é a estrada que percorremos durante toda a nossa existência, e é por isso que não podemos nem devemos esquecê-lo.
Foi através dessa caminhada que chegamos, onde estamos, no presente momento.
Encontramos trechos onde a estrada da vida se dividia em três, para que pudéssemos optar: o lado esquerdo, o direito ou seguir em frente.Com certeza, tivemos erros e acertos, e dos nossos erros tínhamos e temos, ainda, a obrigação de entender como lição. Se não for possível consertar, nos resta a opção de não mais cometê-los.Quando voltamos no tempo, em pensamento, não devemos é relembrar as coisas ruins que nos aconteceram, mas sim, pensarmos nas conquistas que obtivemos:
A realização profissional, a felicidade de haver encontrado, ao longo do caminho, ao amor da nossa vida , os sonhos que conseguimos realizar, entre outras coisas.
Os museus contam diversas histórias e não acredito que em algum momento, alguém tenha, pelo menos uma vez, deixado de visitá-los.Podemos comparar a nossa história de vida, como as de um museu.Fico imaginando, por exemplo, um casal que tenha completado 50 anos de casados, isto não quer dizer que não tiveram suas divergências, suas rusgas, ou até brigas mais sérias, mas, para continuarem a viver todo esse tempo junto, tem que ter havido um amor maior e mais lembranças boas para serem recordadas, e quando um deles parte para a outra vida, tendo terminado a sua missão entre nós, o que alimenta a alma de quem ficou, é, exatamente, poder reviver em pensamento a estrada que percorreram.Então eu pergunto: por que “Quem vive de passado é museu”? Eu acredito haver somente um motivo para o inventor dessa frase: “ele nada realizou, nada conquistou, nada construiu” !Provavelmente as lembranças que teve, foram apenas dolorosas”!Se realmente foi isso que aconteceu, as opções escolhidas não poderiam ter sido outras? Quem sabe? Só o autor poderia responder. Esta frase é tão antiga, que não creio que ainda esteja entre nós.
Amargura e revolta de nada adianta, após haver chegado o fim da estrada.
Francisco Otaviano escreveu o seguinte verso:
“ Quem passou pela vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu,
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu...
Foi espectro de homem, não foi homem.
Só passou pela vida... não viveu ”. E é com esse verso que termino essa crônica !

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